Share |

Pergunta na AR sobre Encerramento de estações dos CTT em Vila Nova de Gaia

 

REQUERIMENTO Número /XII ( .ª)

PERGUNTA Número /XII ( .ª)

Assunto: Encerramento de estações dos CTT em Vila Nova de Gaia

Destinatário: Ministério da Economia e do Emprego

Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República

De acordo com a informação que chegou ao Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, a administração dos CTT, empresa pública que o Governo pretende privatizar, planeia encerrar a estação de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia.

O concelho de Gaia tem sido fortemente atingido pelo esvaziamento dos CTT levado a cabo pelo Governo. Foi efetuada a reestruturação do Centro de Distribuição da Barrosa / Devesas, que perdeu competências; parte das valências do posto dos CTT do Candal foram entregues a um quiosque tendo o posto sido encerrado; também o posto dos CTT de Cândido dos Reis foi encerrado e parte das suas valências colocadas na sede da empresa municipal Gaiurb.

Trata-se de uma decisão administrativa e que não tem em conta as necessidades do concelho, com dezenas de milhares de habitantes, muitos deles idosos e sem capacidade de deslocação às estações de correios apontadas como alternativa pelos CTT. O Bloco de Esquerda não pode aceitar que tal venha a acontecer, pois estes encerramentos trarão dificuldades acrescidas às populações, deixando-as longe de respostas fundamentais e que hoje são de proximidade.

É uma decisão errada que trará impactos muito negativos para a qualidade de vida das comunidades e do tecido económico local. A reação indignada das populações é disso sinal. Estes encerramentos originaram graves transtornos para os utentes, nomeadamente pelo aumento inusitado dos tempos de espera nos postos em funcionamento, e traduz-se numa efetiva degradação da qualidade dos serviços prestados. Os CTT desempenham, desde 1520, um papel essencial de coesão territorial, seja pelo serviço postal universal e distribuição domiciliária do correio, seja pelas atividades que entretanto se desenvolvem nos seus postos, tais como o levantamento de pensões ou o pagamento de diversos serviços essenciais (água, luz, comunicações, etc.). De facto, as estações dos CTT representam, em muitas localidades do país, o único serviço público e de proximidade ao dispor das populações, desempenhando, deste modo, uma função social incalculável. Os sucessivos encerramentos de postos dos CTT no país advêm da decisão de privatização daquela empresa

AS SEMB LEIA DA REPÚB LICA

pública, substituindo a prioridade da prestação de um serviço de qualidade pela procura incessante do aumento dos lucros a distribuir pelos acionistas.

Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Economia e do Emprego, as seguintes perguntas:

1. Tem o MEE conhecimento desta situação?

2. Considera o MEE que esta medida favorece os interesses da população?

3. Quais as justificações dadas pela administração dos CTT para encerrar as estações em causa?

4. Tem o MEE conhecimento de outras estações que os CTT pretendem encerrar?

5. O que irá acontecer aos trabalhadores colocados nessas estações?

Palácio de São Bento, 22 de maio de 2013.

 

A deputada

Ana Drago