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Governo prejudica a saúde dos gaienses

Da reunião ficou claro que, apesar de todas as promessas e anúncios feitos pelo anterior e pelo actual Governo, a verdade é que não existiu nunca nenhum projecto concreto, nem nenhum concurso, com vista ao início da construção de um novo hospital nos terrenos do Monte da Virgem.

A recusa dos sucessivos Governos em investir num novo hospital determina que o Centro Hospitalar de Gaia/Espinho continue até hoje a funcionar em instalações antiquadas, degradadas, não funcionais, que não permitem atender nas melhores condições os doentes. Trata-se de uma situação intolerável, para um Centro Hospitalar que serve uma população de cerca de 700 mil habitantes, de Vila Nova de Gaia, de Espinho e de vários outros concelhos a Sul do Douro para os quais este é também um hospital de referência.

Esta situação motivou a Administração do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho a apresentar ao Governo um Plano de Requalificação Integrada com o qual prevê realizar, ao longo de 8 anos, um conjunto de obras orçadas em 79 milhões de euros (M€). Estas obras, porém, visam fundamentalmente criar ligações físicas ente os diferentes pavilhões existentes nos terrenos do Centro Hospitalar no Monte da Virgem, dessa forma facilitando a gestão hospitalar, mas sem construir de raiz nenhum novo edifício. Significa que, com este plano de obras, o que sucederá é que serão gastos 79 M€ em oito anos para mesmo assim o Centro Hospitalar de Gaia/Espinho continuar a funcionar em instalações não satisfatórias e não condizentes com a excelência técnica de vários dos serviços deste Centro Hospitalar.

A delegação do Bloco de Esquerda tomou ainda conhecimento de que, para além das obras, o Centro Hospitalar de Gaia/Espinho necessita urgentemente de obter cerca de 10 M€ para poder substituir um conjunto de equipamentos em fim-de-vida indispensáveis para poder continuar a assegurar um atendimento de qualidade aos doentes.

O Bloco de Esquerda considera que as dificuldades sentidas pelo Centro Hospitalar de Gaia/Espinho são consequência do desinvestimento público no Serviço Nacional de Saúde e são, além disso, um exemplo da forma acintosa como o Governo tem tratado Vila Nova de Gaia em matéria de equipamentos de saúde. Recordamos que, além da não construção de um novo hospital, o Governo persiste também na recusa de abrir o Centro de Reabilitação do Norte (antigo Sanatório Marítimo de Valadares, onde foram já investidos mais de 40 M€); nega-se a construir o prometido Centro de Saúde de Vilar de Andorinho, um equipamento cuja absoluta necessidade é por todos reconhecida e para o qual até já existe terreno disponível; idem quanto ao Centro de Saúde da Madalena; e persiste também em não corrigir a decisão de encerramento do Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) que funcionava em Vilar do Paraíso e cujo fim deixou os toxicodependentes de Gaia sem a necessária assistência médica. Este conjunto de situações mostram que o Governo desrespeita os gaienses no seu direito à saúde.

Bloco de Esquerda

Vila Nova de Gaia, 21 de Junho de 2013