
Na oportunidade da resposta endereçada pelos CTT ao Executivo da Junta de Freguesia da união de freguesias de Santa Marinha e São Pedro da Afurada, em Vila Nova de Gaia, o Bloco de Esquerda torna pública a seguinte,
Nota Informativa
A problemática do sistemático encerramento de Lojas CTT e as sucessivas transferências de Postos de Correio para acordos de funcionamento em estabelecimentos comerciais, tem constantemente merecido as criticas do Bloco de Esquerda aos critérios meramente economicistas da administração da empresa que, até há pouco, dependeu da mesma orientação por parte do Governo PSD/CDS-PP e cujo principal objetivo apontava – já desde 2003 com o governo PS – para um claro alvo de privatização que, como sabemos, culminou recentemente na correspondência aos interesses da Goldman Sachs, a tal entidade financeira que mais lucrou com a crise que provocou, e que lucra também agora com a mais forte detenção dos capitais dos CTT;
Aquele processo de supressão de Lojas CTT em Santa Marinha foi sempre seguido com profunda preocupação pelo Bloco de Esquerda no anterior mandato, e tem tido redobrado acompanhamento na atual Assembleia de Freguesia da união de freguesias de Santa Marinha e de São Pedro da Afurada, em face das realidades que representa para as respetivas populações;
O Bloco retomou recentemente o assunto (Assembleias de Freguesia de janeiro de 2014) interpelando o novo executivo (PS-CDU) sobre as intenções relativas à eventual negociação com a empresa, no sentido de repor os serviços prestados pelas Lojas CTT – que o beneplácito da coligação PSD/CDS-PP no mandato anterior tinha ajudado a extinguir e a transferir – por forma a adequar as valências dos CTT às reais necessidades da população, numa grande percentagem constituída por pessoas idosas, uma vez que não estão integralmente asseguradas todas as valências do serviço pelos estabelecimentos comerciais, e algumas obrigam a um esforço de mobilidade, como é reconhecido pelas populações;
O Bloco retomou a interpelação no debate sobre o Plano e Orçamento para 2014 – a propósito de uma adenda apresentada pelo executivo da Junta de Freguesia, onde se inscreve a iniciativa de encetar negociações tendentes à reposição do MB, que o encerramento do Balcão do Millenium BCP suprimiu na Freguesia da Afurada – destacando a natureza negocial com entidades privadas em ambos os casos, e clamando pelo bom senso das vantagens de ambas as sedes de freguesia poderem proporcionar a prestação do serviço dos CTT e melhorar as condições de vida dos cidadãos;
Bloco de Esquerda Assembleia de Freguesia da U F de Sta Marinha e S Pedro da Afurada
Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda bloco.stamarinhaeafurada@gmail.com - joaquimmanuelv@gmail.com
Em face das realidades sociais conhecidas, o Bloco não deixa de notar inépcia na subestimação do aditamento ao acordo de setembro de 2003 que a (ANAFRE) Associação Nacional de Freguesias (onde o anterior executivo da junta de freguesia de Santa Marinha hábil e atempadamente cancelou a sua inscrição) formalizou em 5 de março de 2012 com os CTT, exatamente no mesmo sentido do que alegámos;
Contrariamente ao enunciado pelos CTT para fundamentar os critérios subjacentes à transformação nos serviços de apoio a clientes, onde se evidenciam preceitos comerciais para adequação da oferta postal, ainda que incluídos os postos de venda de selos, o Bloco evidencia os profundos transtornos sociais, sobretudo na população idosa das freguesias de Santa Marinha e de São Pedro da Afurada:
o As 3 Lojas CTT na união de freguesias situam-se respetivamente no Arrábida Shopping, na Avenida da Republica (junto à Câmara Municipal na Freguesia de Mafamude) e no lugar da Barrosa, cuja centralidade urbana do serviço comercial postal acarretou assimetrias sociais graves e acréscimo às dificuldades de mobilidade para as populações da Beira-Rio, do Marco, do Candal, da Afurada de Baixo, do Cavaco e do Lugar de Gaia (para apenas citar alguns aglomerados populacionais) que passaram a ficar agregadas aos Postos de Correio transformados para substituir os extintos;
o Os Postos de Correio transformados, cujo funcionamento é assegurado por protocolos com estabelecimentos comerciais como papelarias, não correspondem integralmente às necessidades da população, sobretudo a mais idosa, que para serviços simples como o Recebimento de Vales, ou o Levantamento de Correio Registado, são obrigadas à deslocação a uma das Lojas CTT mencionadas, onde o mais trágico, após o difícil esforço e os custos de transporte, é a Loja do Arrábida Shopping, para Recebimento de Vales, não ter muitas vezes dotação de verba suficiente para o fluxo de utentes que ali afluem;
o Acresce expor, relativamente à enunciada adequação do serviço postal, que o Lugar do Candal e a Afurada viram também suprimidos os Apartados existentes, e os que os Postos e Venda de Selos, nas versões de serviço de aquisição automatizada, estão inúmeras vezes “fora de funcionamento” ou sem manutenção de selos ou trocos, até na zona turística da Beira-Rio
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