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Bloco de Esquerda quer investir 12 milhões de euros num plano de emprego para Vila Nova de Gaia

A campanha do Bloco de Esquerda em Vila Nova de Gaia esteve ontem na rua para defender uma maior intervenção do município no apoio à criação de emprego.

 

Junto a Santo Ovídeo, os activistas do BE realizaram uma performance durante a qual se ouviram histórias de vida de desempregados e exibiram cartazes com frases como "emprego precário, desemprego continuado", numa sessão que contou também com a presença da eurodeputada Alda Sousa.

 

O candidato do BE à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Eduardo Pereira, referiu a necessidade de o município se empenhar mais no apoio à economia local e no estímulo à criação de emprego, num município onde residem mais de 33 mil desempregados (mais 9 mil do que há quatro anos) e onde a taxa de desemprego se aproxima dos 23%. "A responsabilidade maior pelo crescimento do desemprego cabe ao Governo, que com a política de austeridade condena os portugueses e os gaienses ao desemprego e à pobreza, mas não podemos aceitar que a Câmara continue a ignorar este problema que afecta milhares de famílias gaienses dizendo que não pode fazer nada. Há muita coisa que o município pode fazer nesta matéria", afirmou o candidato do Bloco.

 

Eduardo Pereira defendeu que durante os próximos quatro anos o município deve investir 12 milhões de euros em políticas activas de emprego, no âmbito de um plano local de apoio à criação de emprego que envolva também o IEFP, as PME e as escolas profissionais do concelho. Esse plano permitiria aplicar um conjunto de medidas que passariam por acções de formação profissional, pela realização de estágios profissionais, por apoios directos à contratação de desempregados e ainda pelo apoio à criação do próprio emprego e deveria contar também com financiamento do Estado. Quanto à comparticipação do município, os 12 milhões de euros que o BE propõe que a Câmara invista nesta matéria serão provenientes das receitas da derrama, estando por isso assegurados à partida. Eduardo Pereira destacou que esta é uma proposta que distingue a candidatura do BE de todas as outras que se apresentam às eleições autárquicas em Gaia e referiu ainda a necessidade de este plano local de apoio à criação de emprego lutar não só contra o desemprego, mas também contra a precariedade.

 

No entender do Bloco de Esquerda, outras formas de o município apoiar a economia local e combater o desemprego são o investimento em reabilitação urbana (existem 3000 imóveis a necessitar de serem recuperados em Gaia), o apoio à economia social, o necessário reforço da oferta públicas em matérias como creches ou como equipamentos e serviços de apoio a idosos, ou a criação de soluções de estacionamento que defendam o comércio tradicional. Eduardo Pereira referiu ainda a necessidade de o município pagar a tempo e horas aos seus fornecedores, em vez de praticar prazos médios de pagamento que se aproximam dos oito meses e que levantam sérias dificuldades às empresas, muitas delas PME, desse modo acabando por contribuir para o crescimento do desemprego.

 

Alda Sousa, deputada do BE no Parlamento Europeu, fez uma intervenção centrada na necessidade de derrotar as políticas da troika e as forças políticas que apoiam a austeridade, que apoiam os cortes nos vencimentos e nas reformas e que promovem o esmagamento dos direitos sociais. Alda Sousa referiu, nesse contexto, a importância de as próximas eleições autárquicas poderem marcar uma profunda derrota dos partidos da troika e permitirem um claro reforço do Bloco de Esquerda.