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Bloco de Esquerda assinalou início do ano lectivo em Gaia

Na 2ª-feira, dia 16, os candidatos do Bloco de Esquerda estiveram junto à Escola António Sérgio, em contacto com professores, estudantes e com a população em geral, lembrando que, nos últimos dois anos, Nuno Crato despediu cerca de 25 mil professores e que este ano despede mais 10 mil. Teremos 35 mil professores no desemprego. Mas em dois anos o número total de alunos em Portugal apenas diminui em cerca de 11 mil. O desemprego dos professores não é uma inevitabilidade demográfica. Ele é o resultado de políticas como a fusão de escolas e agrupamentos, o aumento do número de alunos por turma ou o aumento do horário de trabalho dos professores. Além disso, as escolas sofrem ainda com a redução do número de funcionários auxiliares, que o Governo tem vindo a despedir aos milhares. Estas situações prejudicam a qualidade do ensino e são o resultado directo do desinvestimento do Estado na escola pública, ao mesmo tempo que o Governo desvia recursos para o ensino privado. No ensino profissional, a redução do número de turmas obriga milhares de jovens a mudar de curso ou a entrar para uma escola privada.

O Bloco de Esquerda defende medidas de promoção da qualidade da escola pública. As escolas precisam de mais funcionários e de mais professores, vinculados e com estabilidade de colocação e carreira. Defendemos um número máximo de 22 alunos por turma. Defendemos escolas e agrupamentos sem uma dimensão exagerada. Porque o ensino depende de relações de proximidade dos professores com os alunos e dos alunos e das suas famílias com a escola. É necessário também alargar a rede pública do ensino pré-escolar. O pequeno-almoço tem de ser assegurado na escola a quem o solicitar, porque não pode haver alunos nas aulas com fome.

O candidato do BE à Câmara de Gaia, Eduardo Pereira, lembrou ainda que em várias escolas secundárias de Gaia e em 30 escolas que são responsabilidade directa da Câmara (jardins de infância e 1º ciclo do ensino básico), continuam a existir coberturas em fibrocimento, cada vez mais degradadas, que libertam fibras de amianto, colocando em risco a saúde de alunos e de funcionários.

Os transportes escolares em Vila Nova de Gaia precisam de começar a ser pensados em função dos novos mega-agrupamentos escolares e em função também do crescimento do ensino profissional. Importa garantir o acesso dos estudantes ao Passe Social+. A Carta Escolar é de 2007 e está completamente desactualizada, deixando por isso de ser um instrumento útil. O Conselho Municipal de Educação, que devia ser um fórum de cidadania sobre educação, tem sido completamente desvalorizado pela Câmara, que o reúne apenas de 4 em 4 anos.

Acabar com o amianto nas escolas; reactivar o Conselho Municipal de Educação e rever a Carta Educativa; promover a reutilização dos manuais escolares, através de um sistema de empréstimos, para que a Câmara possa apoiar as famílias ao longo de toda a escolaridade obrigatória; reforçar a rede pública do pré-escolar e lutar pela dignificação da escola pública, são alguns dos compromissos assumidos pela candidatura do BE em Gaia no plano da educação.

Bloco de Esquerda

Vila Nova de Gaia, 17 de Setembro de 2013