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Aprovada Moção do Bloco sobre a Luta dos Professores contra a Prova

Público.Pt

No passado dia 18 de Dezembro, cerca de seis mil professores ergueram a cabeça e disseram não à prova de avaliação da classe docente.

 

Um pouco por todo o país, fizeram-se sentir os protestos dos professores. O caso em Vila Nova de Gaia não foi exceção. Pelo menos numa escola as provas não aconteceram pelos protestos dos professores, quando nenhum deles se apresentou nas salas de aula para a prova. Sabemos também que houve uma série de outros estabelecimentos de ensino que a realização destas provas foi feita por poucos ou quase nenhum professor.

 

Nas palavras do professor António Fundo, subdiretor da Escola Artística Soares, pode-se resumir o ataque que foi lançado aos professores por parte de Nuno Crato e do seu Ministério:

«1- É profundamente injusto ser obrigado a fazer uma prova para trabalhar em algo para o qual já estudamos tantos anos e fomos habilitados por uma universidade.

2- É profundamente injusto ter de o fazer depois de já termos exercido a profissão legalmente e por esse exercício ter sido já avaliado.

3- É profundamente injusto ter de fazer uma prova que dá acesso a uma profissão precária, mal paga e com uma carreira congelada e sem garantias.

4- É profundamente injusto poder ter 20 na tal prova e mesmo assim ficar no desemprego para o ano.

5- É profundamente injusto que essa prova seja utilizada como processo político para desvalorizar a profissão que queremos ter.

6- É profundamente injusto que uma prova destas seja planeada em menos de um mês sem responder a um currículo definido e a uma matriz coerente e cientificamente válida.

7- É profundamente injusto que esta prova seja marcada para o dia anterior a uma ou duas ou três reuniões de classificações do primeiro período para a qual o professor tem de ter tudo preparado.»

O Governo PSD-CDS quer, aos poucos, privatizar a Escola Pública, pretende, através de manobras políticas como esta, desvalorizar a qualidade do ensino e dos docentes. E nenhum partido político, movimento cidadão, sindicato, ou cidadão particular que defenda o Estado Social como base de uma Democracia que se quer forte pode aceitar este desmantelamento revestido de critérios científicos.

A transferência do dinheiro público para o cheque-ensino é uma clara demonstração do fundamentalismo ideológico de Nuno Crato, que tem favorecido quem lucra com a educação.

O Bloco vem, por isso, defender e caracterizar a ação dos professores como indispensável para a defesa de uma Escola Pública, posta em causa todos os dias pelo Governo PSD-CDS.

Só a luta vence o Abuso.

 

A Assembleia Municipal repudia a criação por parte do Governo e de Nuno crato a prova dos professores