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31 de Janeiro em Defesa da República

 

Em defesa da república e da democracia

 

O último relatório do FMI, encomendado pelo governo de Passos Coelho, é uma brutal declaração

de guerra à nossa economia e aos direitos dos cidadãos. Sob a capa de um estudo técnico,

trata-se de uma inaceitável ingerência estrangeira, que pretende determinar o futuro de Portugal,

enfraquecer a República e a democracia, rasgar a Constituição, agravar a precariedade,

o desemprego, a miséria e as desigualdades sociais. É mais um episódio da tragédia a que a troika e o governo querem

sujeitar o país, numa via de dependência e ruína, atirando um número crescente de portugueses para situações de pobreza

mendicante, de perda de esperança e de medo do futuro.

Portugal já enfrentou outras crises e ultimatos de potências estrangeiras, que tiveram sempre cumplicidades internas,

mas que conheceram também a resistência popular e patriótica. Nesta data, vale a pena recordar a revolta republicana

do Porto de 31 de Janeiro de 1891 e todos aqueles que se bateram contra o ultimato inglês e contra o regime que aceitou

um outro «memorando», numa conjuntura de bancarrota nacional, gerada pela incompetência dos governos da época.

Insubmisso à ditadura, o Porto transformou o 31 de Janeiro em símbolo vivo de resistência e de combate pela democracia.

No momento em que o Estado social e os valores da democracia e da solidariedade estão a ser alvo de uma guerra económica,

social e cultural, alimentada pela ditadura dos mercados financeiros e pela cartilha neo-liberal, centralista e

retrógrada do governo de Passos Coelho, a evocação da memória do 31 de Janeiro exige um novo compromisso cívico

em defesa da República e da democracia.

 

 

Viva Portugal! Viva a República!

Porto, 31 de Janeiro de 2013