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Situação dos 170 trabalhadores da GE Portugal por deslocalização para outro país da União Europeia

 

A GE Power Controls Portugal, Unipessoal, Lda. (GEPCP) anunciou recentemente a intenção de

proceder à deslocalização da produção da fábrica de Vila Nova de Gaia para outro país da

União Europeia implicando, com essa medida o despedimento dos atuais 170 trabalhadores.

A GEPCP, controlada a 100% por uma holding sediada em Itália vem reduzindo o número de

trabalhadores desde 2006, ano em que tinha ao seu serviço 252 trabalhadores, para os 170 que

atualmente trabalham para a empresa. Em sete anos reduziu a força de trabalho em 82

pessoas, 28%.

Ao mesmo tempo que passava de sociedade anónima (S.A.) a sociedade por quotas (Lda.) e

agora a sociedade unipessoal, reduziu em perto de 50% o seu capital social. A GEPCP em 2011

registou um volume de negócios de cerca de 22 milhões de euros por ano, exportando grande

parte da sua produção. E não tem havido quebras de produção.

Segundo a informação disponibilizada pelo sindicato, apesar de a empresa alegar um projeto de

reestruturação, trata-se na verdade de uma tentativa de deslocalização da fábrica para uma

emprega húngara do mesmo grupo internacional. Esta intenção revela-se ainda mais

incompreensível, face a estudos efetuados para o desenvolvimento de um novo produto que

indicavam que a sua produção devia ser efetuada em Portugal.

Assim, o anúncio da intenção de deslocalização desta fábrica apanhou os trabalhadores

completamente de surpresa e a justificação de que seria provocada pela queda de procura por

parte do mercado imobiliário mais não parece do que uma desculpa esfarrapada.

Como outras empresas multinacionais, também a General Electrics parece ter, aqui, um

comportamento de completo desrespeito por quem, ao longo dos anos, tem contribuído para

criar valor para a empresa: os seus trabalhadores e trabalhadoras.

O grupo General Electrics, depois de anunciar aumento dos lucros em 2012 da ordem dos 4,7

mil milhões de dólares (um aumento de 13%), com esta medida de encerramento da fábrica em

Gaia vem demonstrar insensibilidade e falta de responsabilidade social.

Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o

Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do

Ministério da Economia e do Emprego, as seguintes perguntas:

Tem o MEE conhecimento da situação das trabalhadoras e dos trabalhadores da GE Power

Controls Portugal, Unipessoal, Lda no concelho de Vila Nova de Gaia, decorrente da

deslocalização da unidade fabril para outro país da União Europeia?

1.

Tendo em conta que a ameaça de encerramento da unidade fabril de Vila Nova de Gaia da

GE Power Controls Portugal, Unipessoal, Lda e consequente desemprego de 170

trabalhadoras e trabalhadores advém da sua deslocalização para um país da zona euro, que

iniciativas vai o MEE desencadear junto da Comissão Europeia para obstar ao desemprego

daqueles trabalhadores?